No dia 11 Novembro de 1946, segunda-feira, dia de S. Martinho, de manhã, com boas condições de tempo e mar ainda com o ramo de flores preso á roda da proa, saiu para a faina da pesca do alto com uma tripulação de 14 homens, incluindo o seu mestre José Légua Varino, a traineira
da pesca do alto “Redinha”.
Fazia a sua viagem inaugural.
Deveria ter regressado no dia seguinte, á tarde, depois de um dia de pesca ao goraz, tal como o fizeram os barcos dos “Conchachas”, dos "Albertos” e do “Manel d’Amára” e do “Zé Cara-de-ferro ”que também pescavam na mesma área, naquele dia e noite.
Não mais regressou.
Em vão esperaram os familiares dos tripulantes, e toda a Nazaré, por um sinal, um avistamento, algo que fosse descoberto a boiar ou desse á costa, durante dias, semanas, meses. Nada.
Nunca mais foi vista.
Havia desaparecido sem deixar rasto.
Não mais regressou.
Em vão esperaram os familiares dos tripulantes, e toda a Nazaré, por um sinal, um avistamento, algo que fosse descoberto a boiar ou desse á costa, durante dias, semanas, meses. Nada.
Nunca mais foi vista.
Havia desaparecido sem deixar rasto.
Faz hoje precisamente 65 anos!
A trgédia havia-se abatido sobre mães, pais, irmãos, tios, avós, amigos, sobre toda a comunidade piscatória. O luto, a dor, a angústia e o desgosto, não mais abandonariam aquelas casas que se manteriam para sempre na penumbra e apenas entreabertas. De entre os desaparecidos, havia pais e filhos, irmãos, primos. Viúvasolteiras.
Tal desaparecimento iria originar mais uma “praga”nazarena: “havias de levar um sumiço como levou a Redinha”.
Encomendada a sua construção no dia 11 de Setembro ao mestre Policarpo Vicente Isaac, foi registada na capitania do porto da Nazaré, no dia 2 de Novembro com o nome de “Redinha” pelos seus proprietários José de Sousa Valverde e Manuel Pedro de Matos, com o número N-1675-C.
A matrícula da companha havia sido feita no dia 4 de Novembro e no dia 5 foi matriculado o 13º companheiro, António Martins Bulhões. Do rol de matrícula não consta o 14º tripulante.
O desaparecimento da “Redinha” iria passar a fazer parte do imaginário, das lendas, da longa história trágico-marítima nazarena.
Este trágico acontecimento, devido ao facto de nunca terem sido apuradas as circunstâncias em que ocorreu, deu azo a uma série de teorias mirabolantes conforme a maior ou menor imaginação do seu autor:
… um barco da pesca da sardinha, do Norte, teria abalroado a Redinha (teria sido ouvido á boca pequena), e os seus tripulantes mortos; uma motora francesa a teria cortado a meio, de noite e os tripulantes abandonados á sua sorte (teria sido ouvido, em surdina, numa taberna da Nazaré, entre dois tripulantes franceses, em francês, claro,); um submarino russo havia arrastado a Redinha para as profundezas do oceano e os seus tripulantes levados para a Rússia), (porque a Redinha fazia espionagem), eu sei lá!
Muito provavelmente, tudo não terá passado de uma série de circunstâncias coincidentes, em que a vida do mar é fértil, que terão contribuido para tamanha tragédia.
A trgédia havia-se abatido sobre mães, pais, irmãos, tios, avós, amigos, sobre toda a comunidade piscatória. O luto, a dor, a angústia e o desgosto, não mais abandonariam aquelas casas que se manteriam para sempre na penumbra e apenas entreabertas. De entre os desaparecidos, havia pais e filhos, irmãos, primos. Viúvasolteiras.
Tal desaparecimento iria originar mais uma “praga”nazarena: “havias de levar um sumiço como levou a Redinha”.
Encomendada a sua construção no dia 11 de Setembro ao mestre Policarpo Vicente Isaac, foi registada na capitania do porto da Nazaré, no dia 2 de Novembro com o nome de “Redinha” pelos seus proprietários José de Sousa Valverde e Manuel Pedro de Matos, com o número N-1675-C.
A matrícula da companha havia sido feita no dia 4 de Novembro e no dia 5 foi matriculado o 13º companheiro, António Martins Bulhões. Do rol de matrícula não consta o 14º tripulante.
O desaparecimento da “Redinha” iria passar a fazer parte do imaginário, das lendas, da longa história trágico-marítima nazarena.
Este trágico acontecimento, devido ao facto de nunca terem sido apuradas as circunstâncias em que ocorreu, deu azo a uma série de teorias mirabolantes conforme a maior ou menor imaginação do seu autor:
… um barco da pesca da sardinha, do Norte, teria abalroado a Redinha (teria sido ouvido á boca pequena), e os seus tripulantes mortos; uma motora francesa a teria cortado a meio, de noite e os tripulantes abandonados á sua sorte (teria sido ouvido, em surdina, numa taberna da Nazaré, entre dois tripulantes franceses, em francês, claro,); um submarino russo havia arrastado a Redinha para as profundezas do oceano e os seus tripulantes levados para a Rússia), (porque a Redinha fazia espionagem), eu sei lá!
Muito provavelmente, tudo não terá passado de uma série de circunstâncias coincidentes, em que a vida do mar é fértil, que terão contribuido para tamanha tragédia.
Voltarei a este assunto sobre os factos que poderão ter contribuído para o naufrágio da “Redinha” e desaparecimento dos seus tripulantes.
Que descansem em paz!
Eugénio Couto
Nazaré, 11 /11/11
Caro Eugénio,
ResponderEliminarGostei muito e fiquei emocionado com a tua excelente descrição. Lembrei-me de muitas recordações que os meus Pais me contavam! Como sempre,é muito interessante ler o que escreves e que nos fazes reviver. Se não for abuso,peço-te autorização para reproduzir este e futuros textos no Boletim da nossa LIGA DOS AMIGOS DA NAZARÉ. Bem hajas! Muita saúde! Um grande abraço,
Rogério
Hoje querem transformar está tragédia num mote de Carnaval... sinceramente.
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