A "Liga dos Amigos da Nazare" é uma associação sem fins lucrativos, constituída em 15 de Maio de 1956, é alheia a credos políticos e religiosos e tem como principais objectivos, a defesa e valorização do património cultural e natural, a conservação da natureza, a união de todos os amigos da Nazaré, a promoção e valorização das suas belezas naturais, artísticas e folclóricas, assim como da sua tradição e etnografia".




Sede

R. Dr. Rui Rosa, 6A (loja) 2450-209 Nazaré

contacto: liganazare@gmail.com

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

À Drª Manuela Soares

Fiz parte do grupo de alunos que iniciaram a Comunidade do “Colégio”, no tempo em que funcionava em dois andares dos chamados prédios do Varela.
Era uma espécie de casa de família, um pouco à semelhança da própria casa dos seus fundadores, que moravam no mesmo prédio, dois andares acima. Uma espécie de extensão dessa casa…
Mudámos depois, todos, para uma casa nova e mais adequada a duas famílias que estavam a crescer, regozijando-nos sempre que um novo membro nascia ou chegava; e chorando os que morriam. Deixou-nos agora a nossa Directora, a mãe de família.
Fecha-se assim, um ciclo, talvez o mais significativo de todos pelos quais o “Colégio” passou; aquele que ainda nos unia em torno de uma mãe, que permanecia como o último pilar forte de uma família depois da morte do Dr. Soares. A ambos temos que agradecer a obra meritória que ergueram e que contribuiu decisivamente para o desenvolvimento de gerações de nazarenos que tiveram acesso a uma escolaridade mais alargada, motor de progresso cultural e científico, ao longo dos últimos cinquenta anos…
Com ela entrámos no mundo das Ciências da Natureza__ a Zoologia, a Mineralogia, a Botânica, o Corpo Humano__ e iniciámo-nos nos mistérios e meandros da nossa língua, para compreender e expressar, também, outras realidades mais subjectivas, como a tristeza neste momento da partida.

Cecilia Louraço

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Dia de São Brás


Hoje, dia 3 de Fevereiro, é dia de São Brás (olha a novidade!!).
Na Nazaré, significa, praticamente, o início do Carnaval, pois aparecem imensos “peregrinos” “ensaiados”, a área circundante ao monte é ocupada por grupos de familiares ou amigos que “bivacam” junto a fogueiras onde se banqueteiam com riquíssimos, variados e bem regados farnéis e para dar uma pequena nota da quase esquecida tradição, se assam algumas morcelas e chouriços. A afluência é tanta que, no dia anterior, o pinhal circundante do lado da estrada é "ocupado" com a montagem de tendas para marcar o lugar. Há, até, quem por lá pernoite… Mas nada de confusões: o troço de estrada que conduz á base do monte, é uma espécie de linha de fronteira; do lado do Valado ficam os valadeiros e do lado da Nazaré os nazarenos.
A música “pimba” e marchinhas de outros carnavais, executadas por conjuntos musicais nativos, fazem a sua aparição em palcos improvisados em camionetas equipadas com o último grito de instalações sonoras que debitam decibéis capazes de estoirar com os tímpanos endurecidos do pobre São Brás.
Bailes espontâneos, copos, barracas de comes e bebes, de bijutaria, de tremoços, pevides e passarolas, farturas e tudo o que mais se possa imaginar numa, cada vez menos pequena, feira, tudo ali aparece. Algumas poucas pessoas ainda se atrevem a subir até á Ermida, mas as mulheres sem a telha á cabeça, como antigamente… Saberão o significado dessa tão antiga tradição ? Leiam e vejam se descobrem o porquê.

Mas, afinal, quem foi São Brás de que tanta gente fala por estas alturas e que talvez, muitos poucos, conheçam a sua história?

Decidimos procurar na internet, obviamente, e de lá respigamos o que segue:

São Brás, nasceu na cidade de Sebaste, Arménia, no final do século III. Numa primeira etapa da sua vida, foi um bom médico, dedicado aos mais desprotegidos. Depois de evangelizado e baptizado, a sua vida sofreu uma reviravolta e dedicou-se ele próprio, á evangelização. Mais tarde sentiu necessidade de se isolar do resto do mundo e retirou-se para o Monte Argeu.
Ao falecer o bispo de Sebaste, o povo, conhecendo a fama do santo eremita, foi buscá-lo para o substituir
.
Contudo, continuou a viver isolado no Monte Argeu, lugar que passou a ser a sua casa episcopal e era dali que governava a Igreja.
São Brás viveu num tempo em que a Igreja foi duramente perseguida pelo imperador do Oriente, Licínio, que era cunhado do imperador do Ocidente, Constantino. Por motivos políticos e por ódio, Licínio começou a perseguir os cristãos, porque sabia que Constantino era a favor do Cristianismo.
O prefeito de Sebaste, dentro deste contexto e querendo agradar ao imperador, por saber da fama de santidade do bispo São Brás, enviou os soldados para o Monte Argeu.
São Brás foi preso e sofreu muitas pressões para que renunciasse à fé. Mas por amor a Cristo e à Igreja, preferiu renunciar à própria vida. Em 316, foi degolado.
Conta a história que, ao dirigir-se para o martírio, uma mãe apresentou-lhe uma criança de colo que estava morrendo engasgada por uma espinha de peixe na garganta. Ele parou, olhou para o céu, orou e Nosso Senhor curou aquela criança.
São Brás, rogai por nós!
ECouto