A "Liga dos Amigos da Nazare" é uma associação sem fins lucrativos, constituída em 15 de Maio de 1956, é alheia a credos políticos e religiosos e tem como principais objectivos, a defesa e valorização do património cultural e natural, a conservação da natureza, a união de todos os amigos da Nazaré, a promoção e valorização das suas belezas naturais, artísticas e folclóricas, assim como da sua tradição e etnografia".




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quinta-feira, 23 de abril de 2009

Modernidade e Tradição

Vem a propósito do tema que continuamos a colocar à discussão, referir uma curiosidade que não deixa de ser facto histórico relevante, encontrado por acaso ao folhear uma edição da antiga Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, "CAMINHOS DO PATRIMÓNIO", que mostra o percurso deste organismo desde 1929 a 1999, assim como as suas linhas de orientação, através dos estudos de diversos especialistas.
Durante a década de 50, no âmbito do plano nacional de construção de pousadas por todo o país, as tendências puristas da nova Arquitectura confrontaram os modelos mais tradicionalistas do estilo oficial nacional, proposto pelo ideário nacionalista do Estado Novo, através de um vocabulário formal de cariz regionalista, integrando elementos da Arquitectura tradicional das várias regiões.
Dentro do plano de construção de pousadas distinguiram-se alguns arquitectos que propuseram soluções arrojadas, que se afastavam claramente deste modelo da época e que foram rejeitadas. É o caso do projecto para a Pousada da Nazaré, a ser construída na arriba norte do Sítio, de autoria do Arquitecto Rui Jervis D’Athouguia.
“Terá sido justamente pela integração destes valores racionais e modernos, implantando-se sem concessões, com o vigor do gesto no alto da escarpa, que o projecto, embora defendido pela Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, tenha sido recusado pelo SNI e pela propaganda, e desse modo, inviabilizado na medida em que não respeitava o Decreto-lei nº 31259, no seu artº2º, que estabelecia que as pousadas deviam pelo seu estilo e cor local, integrar-se quanto possível, no pitoresco das regiões.”
(*Tostões, Ana, in "Caminhos do Património"_DGEMN)

São visões antagónicas, será desejável e possível conciliar estas posições?!...
Cila

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