"Nazaré toda branquinha/ está noivinha p'ra casar..."
Se bem me lembro esta era umas das modas cantada pelo Rancho 'Tá-Mar, exaltando a brancura do casario, em planos de luz e sombra, enquadrado pelo azul do céu e o frio verde do mar.
As casas eram modestas e simples, mesmo as mais "aburguesadas". Não se ultrapassava muito o canon do Homem como medida de todas as coisas;as cores das barras eram neutras,discretas, mesmo o azul e o ocre não berravam, nem feriam a vista como agora.
Mas, nesses tempos remotos, a maioria das pessoas também era simples e de fracas posses, não havia lugar a grandes demonstrações de estatuto social. Uma simples casa térrea no bairro dos pescadores era um bem inestimavel; sempre era melhor que uma barraca no Casal dos Cucus ou num qualquer ponto afastado do pinhal...
Agora as casas do bairro dos pescadores são vivendas sofisticadas e o Casal dos Cucos é uma amálgama arquitectónica... É ver quem constroi a casa mais bizarra ou a mais tradicional,com dois ,três e mais pisos, num terrreno com acentuado declive, que deveria ser ocupado em "socalcos" discretos, de forma ordenada e sem que os edifícios pareçam ir cair sobre nós a qualquer momento.
Não sou arquitecta mas sei distinguir um bom exemplo de arquitectura que é inovadora e actual mantendo a simplicidade e a traça da arquitectura tradicional.
Não há muitos exemplos na Nazaré, mas felizmente ainda há bom gosto, discreção sem pretensiosismo.
Cilalouraço
Sede
R. Dr. Rui Rosa, 6A (loja) 2450-209 Nazaré
contacto: liganazare@gmail.com
Nunca cheguei a viver na Nazaré, mas o simples facto de ter nascido no Sítio e da minha família materna ser da Pedeneira, onde passávamos o tempo sempre que podíamos e as festas/feriados/férias deixavam, faz-me alimentar com orgulho o sentimento de pertença à vila e à cultura nazarena.
ResponderEliminarPor isto mesmo, é com tristeza que vejo o crescer duma Nazaré completamente descaracterizada a nível urbanístico e arquitectónico, feita só de cimento e betão, sem espaços verdes, como se fosse monopólio dos interesses económicos de alguns, que nem sequer conseguem perceber que assim estão a pôr em causa o próprio futuro turístico da vila. Porque se antes, um dos principais pontos de atracção era precisamente a tipicidade das casinhas, agora reina a desordem e o caos, que em nada têm de apelativo. E um turismo sustentável não se pode basear somente em 3 meses de sol e praia!
Daqui o meu apelo ao bom senso e à visão de futuro dos responsáveis autárquicos, principalmente ao Sr. Presidente da Câmara Jorge Barroso.
Sara Louraço Vidal
Estamos de acordo e essa é também a nossa luta.
ResponderEliminarA Nazaré é ainda rica de várias facetas de Património que devemos descobrir e preservar.
Contamos com todos os que se preocupam com estes assuntos e têm conhecimentos para colaborarem connosco.
Obrigados pela participação construtiva. Ficamos à espera de sugestões.:)