A "Liga dos Amigos da Nazare" é uma associação sem fins lucrativos, constituída em 15 de Maio de 1956, é alheia a credos políticos e religiosos e tem como principais objectivos, a defesa e valorização do património cultural e natural, a conservação da natureza, a união de todos os amigos da Nazaré, a promoção e valorização das suas belezas naturais, artísticas e folclóricas, assim como da sua tradição e etnografia".




Sede

R. Dr. Rui Rosa, 6A (loja) 2450-209 Nazaré

contacto: liganazare@gmail.com

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Ainda a herança nazarena

domenica 22 agosto 2010
Ainda a Herança Nazarena
O Dr. Carlos Fidalgo tem toda a razão no seu comentário ao nosso resumo,de memória,das comunicações apresentadas ao colóquio Herança Nazarena.
Os nomes referidos não são mais importantes do que os omitidos, no caso apontado, o da Directora do Museu Dr.Joaquim Manso e,certamente por modéstia, o seu próprio nome.
Aconteceu que o texto fluiu naturalmente,impressionada a memória por aspectos mais inesperados em termos científicos ou mais prementes em termos de preservação patrimonial.
O Museu e o seu papel cada vez mais polivalente na pesquisa, estudo, preservação e divulgação do património, é um dado adquirido, como foi claramente exposto pela DrªDóris e que, em futuro breve, terá condições de excelente qualidade como se augura pelo projecto anunciado.
A comunicação apresentada pelo Dr. Carlos Fidalgo,de carácter historico-arqueológico, levantou um pouco do véu de uma linha de pesquisa que, enquanto tal,só poderia levantar questões e formular hipóteses, cujas respostas e confirmações se aguardam com expectativa pelo interesse do tema abordado.

Finalmente, a justificação da resposta tardia aos comentários feitos no blogue da Liga dos Amigos da Nazaré a este assunto:
Não foi falta de interesse, mas sim a alteração verificada nos orgãos directivos, que ditou algum alheamento na edição do blogue.
Contudo, acho que se deve continuar a usar este meio de comunicação para partilhar as nossas ideias.
Quanto à gravação das comunicações, creio ter havido um problema técnico.
Ficamos à espera da colaboração e participação de todos os interessados na criação de uma Nazaré Concelho mais rico cultural e patrimonialmente.

domingo, 4 de julho de 2010

Novos Corpos Directivos

No passado dia 28 de Maio, teve lugar a eleição dos novos corpos directivos da "Liga dos Amigos da Nazaré" para o triénio 201o/2012 tendo sido apresentada a votação uma única Lista pela direcção cessante, que foi aprovada, com a seguinte composição:
Assembleia Geral
Presidente - Jacinto Meca
Vice-Presidente - António Almeida
Secretário - Cecília Louraço
Conselho Fiscal
Presidente - Rui Gerardo
Vice-Presidente -Joaquim Morais
Secretário - Eugénio Couto
Direcção
Presidente -Rogério Meca
Vice-Presidente - Fátima Varela
Tesoureiro -Francisco Ferreira
1º Secretário - Rui Delgado
2º Secretário - Fernando Barqueiro

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Acordo "L.A.Nazaré" / "Clínica do Sitio"

Por razões a que somos totalmente alheios, só agora nos foi possível publicar o Acordo celebrado no passado dia 28 de Abril do corrente ano, entre a "Clínica do Sitio" e a "Liga dos Amigos da Nazaré". Tendo em consideração que a tabela de preços poderá sofrer alterações pontuais, os nossos associados deverão contactar previamente a Clínica, para uma informação mais actualizada, através do telefone:
262 56 84 10



quarta-feira, 21 de abril de 2010

O que eu retive do colóquio "Herança nazarena - ao enconto dos patrimónios"

Esperamos sempre aprender alguma coisa com o trabalho de estudo de algumas mentes privilegiadas com competências inatas e adquiridas que lhes permitem observar, reflectir e tirar conclusões que organizam em conhecimento, a que nós não chegaríamos. Bebo com avidez dessas fontes, cuja água agradeço e procuro recolher para, eventualmente, dessedentar outros. Para mim, é este o objectivo primordial de um colóquio, uma conferência ou qualquer outro tipo de encontro de partilha de saberes, mesmo que deles não se retirem propostas de acção concreta a dar continuidade de imediato.
Desvendar razões, causas e efeitos, acabar com mitos ou falsas ideias em que laboramos, quer porque os factos foram manipulados em função de concepções e ideais políticos, interesses económicos, por vezes de legitimidade duvidosa, quer porque foram sujeitos às leis que regem os fenómenos sociais e até à acção erosiva do Tempo.
È assim sobretudo com o que diz respeito aos aspectos materiais, como o trajo tradicional,ou a Tecnologia ligada às práticas laborais, como se compreende facilmente.
Daí derivam muitos factores que determinam alterações profundas nos modos de viver, que dependem de influências várias, internas e externas, como é inevitável numa sociedade cada vez mais aberta e interdependente. A sociedade é uma realidade dinâmica.
Foi o que retive da comunicação do Professor José Maria Trindade, que relacionou a ascensão da Nazaré a partir dos anos trinta, à procura de um ícone que justificasse uma identidade nacional, reflexo ainda do movimento que surgiu nos finais do século XIX, por toda a Europa. Era necessário enaltecer as qualidades de heroísmo e estoicismo das populações marítimas, os herdeiros dos marinheiros de quinhentos que, inclusivamente, acompanharam na viagem de descoberta de novos mundos.
Contudo, o estoicismo da população piscatória não se reduzia somente à sua bravura e coragem na luta contra o Mar que é, como sabemos, inimigo de respeito, mas também à circunstância de ter que enfrentar relações laborais hierarquizadas, que se reflectiam nas relações sociais, e ao facto de ser alvo de situações de exploração, o que desde sempre se verificou neste sector da população, sendo mesmo um dos mais explorados. Como se processava essa exploração não nos foi dito em pormenor, não houve tempo para tal, mas ficou-nos a denúncia feita pelo professor Francisco Oneto, que fez deste assunto a sua matéria de estudo.
Quem explorava os pescadores? Será talvez necessário desmitificar a heroicidade dos Lobos do Mar, por igual?Quem mais tinha os pescadores na mão? Quem lucrava com a sua pobreza? É preciso aprofundar este assunto; ler mais,descobrir a história deste povo de pescadores explorados de Norte a sul do país. As circunstâncias da sua luta pela sobrevivência, ora na luta com o mar ora virando-se para a terra, embora nem sempre estas duas realidades se harmonizassem. Um colóquio também tem esta utilidade_ despertar a curiosidade científica e cultural.
Há aqui um MAR de temas para explorar. Através da Arte, quer seja o Teatro, a Pintura, o Cinema, o Vídeo, a Música, a Literatura (com o fizeram já os neo-realistas que poderiam ser reeditados ou relembrados através de encontros de leitura…) ou da Rádio, da Investigação em Ciências Sociais, dos projectos escolares, etc.…
E aqui entra a acção das Bibliotecas, das Associações culturais, das Escolas, dos blogues…
Quantas histórias não terão as pessoas para contar! É preciso registá-las enquanto é tempo! Este será o futuro do passado, a criação do novo património cultural de que falavam Carlos Filipe, presidente da Anazart e João Delgado, Presidente da Mútua dos Pescadores. Falar da Vida através da Arte, por via dos objectos da herança comum.
É óbvio que não faz sentido manter estilos e modos de vida do passado, que hoje já só têm valor etnográfico.
Vivemos um período de nítida transição, em que ainda se mantêm alguns sinais de outros tempos, em simultâneo com novos modos, novos modelos, numa miscelânea por vezes perturbadora, que é necessário em determinadas épocas, como o Carnaval ou a Páscoa, separar e recolocar no seu tempo certo, como quem regressa ao passado.
Mas é preciso evoluir!
Sair do saudosismo estéril no que se refere ao património imaterial da Nazaré e alargá-lo a todo o Concelho, estudá-lo e preservá-lo, enriquecendo-o com outras componentes esquecidas, valorizando todos os que contribuíram para a criação e divulgação da sua imagem, ou que, de qualquer forma criaram ou criam cultura.
No último painel, o Património Arquitectónico, o Arquitecto Madrigal falou-nos do ordenamento do território em termos gerais e não particularmente da Nazaré. Mas os princípios são universais: sustentabilidade ambiental, preservação e recuperação dos patrimónios, respeito pela Natureza, harmonia conceptual…
Na Nazaré, a sensação que se tem é de ocupação de todos os nichos de terreno, numa expansão desenfreada. A Arquitectura e consequentemente o Urbanismo, património material e por isso mais visível, mas também mais vulnerável, parece sujeito a critérios de decisão duvidosos.
A Nazaré (Praia) tem uma configuração mais ou menos em anfiteatro, situando-se numa zona baixa, rodeada pelos contrafortes da Pederneira e do Sítio que exigiria um tipo de arrumação mais em socalco. Em vez disso, a construção nos declives tem algo de fenómeno héliotrópico, cada um a tentar ultrapassar o vizinho para apanhar mais sol ou ter melhor vista do mar, mesmo tapando completamente a visibilidade de quem já lá estava primeiro. Parece não haver um plano que, concedendo à população o direito a escolher o modelo de casa a seu gosto, definisse um critério estilístico geral que prevenisse a discrepância urbanística que se verifica em alguns casos.
A paisagem abafa em certas zonas com construção excessiva de volumetria desajustada, com falta de harmonia visual, quer em estilo, quer mesmo em cromatismo.
Quem de baixo olha para o cimo, em qualquer ponto da vila, vê telhados e águas furtadas, janelas e mais janelas que se impõem de forma quase ameaçadora.
Janelas e varandas antigas, em prédios de dois apartamentos por piso, são alterados e substituídos por modelos actuais, sem cuidar de manter a harmonia do conjunto.
Pode apontar-se um caso de destruição de uma casa, recuperada e em bom estado, de uma linha tradicional, a pretexto de não ter grande valor arquitectónico, para se construir um edifício de linhas minimalistas, com fachada cega de cor forte, de grande impacto, em zona onde predominava um edifício religioso do século XII.
Não se trata de pôr em causa o valor arquitectónico do novo edifício, que segundo parece é bastante bem concebido, mas somente de contestar a destruição de um espaço de culto com séculos de utilização cujo ambiente e espiritualidade foram alterados irreversivelmente,quando havia alternativa para o equipamento social em causa.
É preciso que se tenha em conta que, em termos arquitectónicos e urbanísticos, cada época tem o seu “ambiente” próprio e que também isso é património.
Na praça Sousa Oliveira têm vindo a acontecer essa destruição de ambientes personalizados nos cafés da esplanada. É preciso alertar os jovens para o facto de que a diferença também se faz pela preservação do que é tradicional, com a necessária e conveniente adaptação e modernização quanto baste e com bom senso, sem perder a noção da identidade, que se constrói com a Herança do passado. A alteração radical da antiga esplanada, substituída por ”casulos” de vidro que compartimentam o espaço e aprisionam as pessoas, retirou-lhe o ambiente de convívio dos seus tempos áureos, embora seja louvável a tentativa de reposição da calçada portuguesa, mas sem bom resultado ao nível do desenho, por erro de escala dos elementos.
Assim como cada um de nós é único, também a nossa herança comum torna únicos os espaços em que vivemos e desperta o interesse dos outros em visitar-nos.
É fundamental a intervenção de todos na defesa deste património e de todos os patrimónios.
A Internet é um meio privilegiado para o fazer e os jovens dominam as novas tecnologias; é,pois,com eles que contamos para o conseguirmos.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Herança Nazarena

O património está geralmente ausente das preocupações das pessoas.

É, quase sempre, visto como obstáculo a um certo padrão de desenvolvimento que destrói para construir em larga escala, numa perspectiva de lucro.

È também, segundo alguns, assunto para "entreter" cientistas no meio académico ou gente desocupada que se organiza em associações de índole proteccionista e reivindicativa, mas que não concretiza nada de útil para a comunidade.

Atingir esse objectivo é de facto difícil. Há muitas variáveis e muitos interesses em jogo, entre os quais não é de menor importância o desinteresse ou falta de informação das populações assim como a desconfiança relativamente às intenções dos que se dedicam graciosamente a estas causas, muitas vezes com sacrifício pessoal.

Mas o património não é só o palácio, a igreja, o monumento, o objecto visível; pode também não ter objecto, propriamente dito. E aqui inclui-se a expressão de práticas culturais que se vão imaterializando e ficando na memória, substituídas por outras que a evolução da sociedade vai impondo.

Para que o património permaneça como matriz da História dos povo e a memória não se esfume no Tempo, é preciso guardá-lo e dá-lo a conhecer.

É essa a função das instituições ___ Museus, Escolas, Universidades, Bibliotecas…

E é também obrigação dos cidadãos, individualmente ou em conjunto, nas Associações de Defesa do Património e nas instâncias de decisão em que tenham assento, como sejam os organismos autárquicos, por exemplo.



A HERANÇA NAZARENA NO MUSEU DR. JOAQUIM MANSO.



Como guardador de segredos ou baú de tesouros, o Museu conserva a herança que recebemos dos que nos antecederam.

Objectos que foram usados e são expressão de vivências autênticas de um quotidiano distante, que se foi alterando e que agora vive na memória de uns poucos, mas que persiste no registo dos artistas que a ele foram sensíveis ou que com ele se identificaram.

Encontramos em alguns dos artistas que viveram a Nazaré do passado, numa atitude de verdadeira identificação com o povo, o registo neo-realista, mais ou menos integrado em correntes modernistas, de cenas do labor da população piscatória e da dureza das suas condições de vida, que estão em grande medida na génese da herança patrimonial que ficou.Mas também faz parte dessa herança,a dimensão religiosa e quase mística da cultura nazarena tão intimamente ligada a um certo dramatismo inerente às vicissitudes da sua existência, permanentemente em risco, assim como a dimensão etnográfica do seu quotidiano, inscritas na obra de outros, de forma mais ou menos erudita.

Os artistas, cujas obras o Museu Dr.Joaquim Manso tem à sua guarda, viveram na primeira pessoa a realidade que enforma hoje o nosso património cultural e a substância desta nossa herança, à espera de ser descoberta.

Maria Cecília Louraço

quinta-feira, 18 de março de 2010

segunda-feira, 15 de março de 2010

Conferência " A herança nazarena - ao encontro dos patrimónios"

A herança nazarena: ao encontro dos patrimónios
As questões relacionadas com o Património têm vindo a assumir um papel de destaque, que se reflecte nas iniciativas promovidas e/ou apoiadas pelos órgãos do Estado, reconhecendo-se assim, que a qualidade de vida, bem como o desenvolvimento social e cultural das populações, depende da relação e valorização dos seus bens patrimoniais. Para além destas mais valias sociais, o património revela-se cada vez mais como um importante gerador de riqueza, tal como foi concluído num estudo recente (“Cultura, Conhecimento e Desenvolvimento Económico e Social”; Augusto Mateus, 2009), já que o turismo cultural, está associado a uma maior informação e interesse, sendo por isso mais rentável que outro tipo de turismo. Contudo, para que possa haver uma optimização destas mais-valias, é necessário repensar e requalificar o património numa perspectiva de continuidade e de integração da mudança, evitando separar o Passado do Futuro. Este processo deverá ser acompanhado de um investimento nos equipamentos culturais, da mobilização de corpos técnicos qualificados e do envolvimento das populações, para que desta forma se possa promover a entrada das regiões com potencial turístico, nos circuitos culturais internacionais. Tendo por base estas linhas mestras, e os seus princípios estatutários, a Liga dos Amigos da Nazaré, promove a conferência “A herança nazarena: ao encontro dos patrimónios”, que terá lugar no dia 27 de Março no auditório da Biblioteca Municipal da Nazaré.
A escolha da palavra “herança” é simbólica e foi buscar a sua inspiração ao conceito de “Living Heritage” proposto pela UNESCO. Pretende-se assim, introduzir o sentido de continuidade, que deve estar associado ao Património. “Herança” remete para a ideia de algo que vem do Passado para se manifestar no Presente, devendo por isso ser preservado e gerido para que possa ser usufruído no Futuro. Já o plural dado à palavra “património” está relacionado com a amplitude conceptual que esta noção encerra. A ideia é realçar que na realidade não existe “um património”, mas sim vários. Tendo em conta as características da Nazaré, optou-se por apresentar para debate, questões relacionadas como Património imaterial e artístico, marítimo e arquitectónico, na medida em que congregam elementos importantes da vivência nazarena, sobre os quais importa reflectir.
A organização dos conteúdos temáticos, tem subjacente uma lógica de “materialização” do património, já que se parte da apresentação de conceitos e exemplos do “Património imaterial e artístico”, passando pela questão do “Património marítimo” que reúne elementos de essência imaterial e material, para finalizar com a temática do “Património arquitectónico” que será o corpo metafórico desta materialização.
Os objectivos desta iniciativa passam pela identificação e formas de valorização dos patrimónios da Nazaré, procurando envolver a população, de modo a que os cidadãos possam assumir de modo informado e consciente, um papel activo na salvaguarda dos bens que constituem a identidade nazarena.
A lógica de continuidade que subjaz a esta iniciativa, torna imperativa a participação das gerações mais novas, por esse motivo, foi intenção da Liga dos Amigos da Nazaré, envolver individualidades e associações que de alguma forma podem contribuir para assegurar a dinamização de iniciativas futuras de cariz idêntico. Assim, assume-se que esta conferência deverá ser entendida como um ponto de partida para outras da mesma natureza.

Cristina Barroso Cruz

Antropóloga do Departamento de Ciências da Vida
Faculdade de Ciências e Tecnologia
Universidade de Coimbra

Inscrições:
Inscrições pelo e-mail: liganazare@gmail.com
(A entrada é gratuita mas limitada ao número de lugares disponíveis.)

Localização:
Auditório da Biblioteca Municipal da Nazaré;
Morada: Av. Grupo Desportivo “Os Nazarenos”
2450-291 Nazaré
Parcerias:
Câmara Municipal da Nazaré
Jornal Região da Nazaré
Restaurante Adega Oceano

Colaboração:
anazArt – Associação Nazarena de Artes Plásticas;
Unimos – Associação Tecnológica;
Museu Dr. Joaquim Manso;


Programa:
9h30 - 10h00: Inscrições/Recepção
10h00 - 10h20: Sessão de abertura (Câmara Municipal da Nazaré e Biblioteca Municipal da Nazaré)
10h20 - 10h40: Apresentação da iniciativa (Rogério Meca: Presidente da Liga dos Amigos da Nazaré)

10h40 - 11h00: Abertura do painel “Património Imaterial e Artístico”
Moderador: Pedro Penteado (Universidade Nova de Lisboa)
11h00 - 11h20: José Maria Trindade (Instituto Politécnico de Leiria)
11h20 - 11h40: Carlos Filipe (anazArt – Associação Nazarena de Artes Plásticas)
11h40 - 12h00: Perguntas/Debate

12h00 - 13h45 – Almoço

14h00 - 14h20: Abertura do painel “Património Marítimo”
Moderador: Alexandre Isaac (Biblioteca da Nazaré)
14h20 - 14h40: Francisco Oneto (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa)
14h40 - 15h00: João Delgado (Pescador/Mútua dos Pescadores)
15h00 - 15h20: Dóris Santos (Museu Dr. Joaquim Manso)
15h20 - 15h40: Perguntas/Debate

15h40 - 16h00: Pausa para café

16h00 - 16h20: Abertura do painel “Património arquitectónico”
Moderador: Cristina Cruz (Departamento de Ciências da Vida Antropologia da Universidade de Coimbra)
16h20 - 16h40: Carlos Fidalgo (Especialista em Estudos do Património)
16h40 - 17h00: José Pagés Madrigal (Arquitecto/Universidade Fernando Pessoa e Universidade de Trento)
17h00 - 17h20: Perguntas/Debate

17h20- 18h00: Sessão de Encerramento

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

À Drª Manuela Soares

Fiz parte do grupo de alunos que iniciaram a Comunidade do “Colégio”, no tempo em que funcionava em dois andares dos chamados prédios do Varela.
Era uma espécie de casa de família, um pouco à semelhança da própria casa dos seus fundadores, que moravam no mesmo prédio, dois andares acima. Uma espécie de extensão dessa casa…
Mudámos depois, todos, para uma casa nova e mais adequada a duas famílias que estavam a crescer, regozijando-nos sempre que um novo membro nascia ou chegava; e chorando os que morriam. Deixou-nos agora a nossa Directora, a mãe de família.
Fecha-se assim, um ciclo, talvez o mais significativo de todos pelos quais o “Colégio” passou; aquele que ainda nos unia em torno de uma mãe, que permanecia como o último pilar forte de uma família depois da morte do Dr. Soares. A ambos temos que agradecer a obra meritória que ergueram e que contribuiu decisivamente para o desenvolvimento de gerações de nazarenos que tiveram acesso a uma escolaridade mais alargada, motor de progresso cultural e científico, ao longo dos últimos cinquenta anos…
Com ela entrámos no mundo das Ciências da Natureza__ a Zoologia, a Mineralogia, a Botânica, o Corpo Humano__ e iniciámo-nos nos mistérios e meandros da nossa língua, para compreender e expressar, também, outras realidades mais subjectivas, como a tristeza neste momento da partida.

Cecilia Louraço

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Dia de São Brás


Hoje, dia 3 de Fevereiro, é dia de São Brás (olha a novidade!!).
Na Nazaré, significa, praticamente, o início do Carnaval, pois aparecem imensos “peregrinos” “ensaiados”, a área circundante ao monte é ocupada por grupos de familiares ou amigos que “bivacam” junto a fogueiras onde se banqueteiam com riquíssimos, variados e bem regados farnéis e para dar uma pequena nota da quase esquecida tradição, se assam algumas morcelas e chouriços. A afluência é tanta que, no dia anterior, o pinhal circundante do lado da estrada é "ocupado" com a montagem de tendas para marcar o lugar. Há, até, quem por lá pernoite… Mas nada de confusões: o troço de estrada que conduz á base do monte, é uma espécie de linha de fronteira; do lado do Valado ficam os valadeiros e do lado da Nazaré os nazarenos.
A música “pimba” e marchinhas de outros carnavais, executadas por conjuntos musicais nativos, fazem a sua aparição em palcos improvisados em camionetas equipadas com o último grito de instalações sonoras que debitam decibéis capazes de estoirar com os tímpanos endurecidos do pobre São Brás.
Bailes espontâneos, copos, barracas de comes e bebes, de bijutaria, de tremoços, pevides e passarolas, farturas e tudo o que mais se possa imaginar numa, cada vez menos pequena, feira, tudo ali aparece. Algumas poucas pessoas ainda se atrevem a subir até á Ermida, mas as mulheres sem a telha á cabeça, como antigamente… Saberão o significado dessa tão antiga tradição ? Leiam e vejam se descobrem o porquê.

Mas, afinal, quem foi São Brás de que tanta gente fala por estas alturas e que talvez, muitos poucos, conheçam a sua história?

Decidimos procurar na internet, obviamente, e de lá respigamos o que segue:

São Brás, nasceu na cidade de Sebaste, Arménia, no final do século III. Numa primeira etapa da sua vida, foi um bom médico, dedicado aos mais desprotegidos. Depois de evangelizado e baptizado, a sua vida sofreu uma reviravolta e dedicou-se ele próprio, á evangelização. Mais tarde sentiu necessidade de se isolar do resto do mundo e retirou-se para o Monte Argeu.
Ao falecer o bispo de Sebaste, o povo, conhecendo a fama do santo eremita, foi buscá-lo para o substituir
.
Contudo, continuou a viver isolado no Monte Argeu, lugar que passou a ser a sua casa episcopal e era dali que governava a Igreja.
São Brás viveu num tempo em que a Igreja foi duramente perseguida pelo imperador do Oriente, Licínio, que era cunhado do imperador do Ocidente, Constantino. Por motivos políticos e por ódio, Licínio começou a perseguir os cristãos, porque sabia que Constantino era a favor do Cristianismo.
O prefeito de Sebaste, dentro deste contexto e querendo agradar ao imperador, por saber da fama de santidade do bispo São Brás, enviou os soldados para o Monte Argeu.
São Brás foi preso e sofreu muitas pressões para que renunciasse à fé. Mas por amor a Cristo e à Igreja, preferiu renunciar à própria vida. Em 316, foi degolado.
Conta a história que, ao dirigir-se para o martírio, uma mãe apresentou-lhe uma criança de colo que estava morrendo engasgada por uma espinha de peixe na garganta. Ele parou, olhou para o céu, orou e Nosso Senhor curou aquela criança.
São Brás, rogai por nós!
ECouto

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

No escaparate dos jornais, à passagem por Alfeizerão, lia-se no jornal Região da Nazaré, em destaque, que a Protecção Civil e a Nazaré se preparavam para
Passagem de Ano.
Relacionei, então, este assunto com os comentários que ouvira a duas nazarenas, muito agastadas com o facto de que a ambulância teria andado toda a noite a socorrer gente...
Não era tragédia no mar, mas sim em terra: jovens de 12 15, 16 anos todos em estado de intoxicação etílica, leia-se bebedeira,a precisarem de ajuda.
Isto seria lá com eles, não fora o barulho que incomodava todos os que queriam descansar e o perigo inconsciente, próprio da juventude, que corriam e que exigia protecção de si próprios.
Mal vão as coisas quando é preciso pôr em alerta os meios de socorro e quando uma terra é procurada pela balbúrdia e pelo risco que nela se corre... mesmo que seja numa passagem de ano.
Não é esta, decerto, a imagem que queremos para a Nazaré; era pelo menos o sentimento expresso na conversa das duas mulheres.
Haverá, certamente, melhor maneira de festejar a passagem de ano, com oferta de diversão mais interessante e responsável,em vez de confusão, barulho e bebida até cair inconsciente.
Trata-se de atrair turistas criando, ao mesmo tempo, uma imagem culturalmente mais condigna para Nazaré.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Património paisagístico






A paisagem é uma das facetas mais conhecidas e apreciadas do património da Nazaré e das povoações que compõem a sede do Concelho.
Mais conhecida e divulgada é a paisagem que se avista do Sítio, fruto da grande importância histórica desta povoação, enquanto Santuário de Nossa Senhora da Nazaré, desde épocas que remontam ao século XVI e que constitui, também, parte do seu património religioso.
Menos conhecida e visitada é a povoação mais antiga da Pederneira, que oferece também, aos olhos apreciadores das belezas naturais deste cantinho junto ao mar, motivo de espanto e comunhão, quase transcendente, com o mar, ao qual se sobrepuja a escarpa rochosa do promontório dominada pelo Forte de S.Miguel Arcanjo.
Aos pés destes dois promontórios, o conjunto aninhado das casas brancas que se vai estendendo por onde ainda há algum espaço, embora redimensionado a outras necessidades impostas pelos tempos actuais.
É esta paisagem que temos também que valorizar e defender enquanto património, deixando-a livre e franca a todos os que a sabem apreciar.
Embora afastada das lides piscatórias a população da Pederneira já viveu do Mar e da Terra, simultaneamente, e sente-se nazareno de gema vivendo e sofrendo, em comunhão com os seus conterrâneos da Praia, todas as tragédias que se desenrolavam, mais antigamente que agora felizmente, a partir dos seus miradouros naturais que são varandas sobre o Mar em fúria.
Não nos tirem a vista do Mar, pois com ela, vai também um pedaço da nossa identidade!...